sábado, 17 de outubro de 2009

UMA DEDICATÓRIA...

Me deu vontade de postar essa música e dedico a uma pessoa que, talvez nem veja meu blog... Detalhes...

DETALHES
(Erasmo Carlos/Roberto Carlos)


Não adianta nem tentar me esquecer
Durante muito tempo em sua vida eu vou viver...
Detalhes tão pequenos

De nós dois são coisas muito grandes pra esquecer, a toda hora vão estar presentes, você vai ver...
Se um outro cabeludo aparecer na sua rua e isto lhe trouxer audades minhas, culpa é sua...
O ronco barulhento do meu carro, a velha calça desbotada ou coisa assim, imediatamente você vai lembrar de mim...
Eu sei que um outro (uma outra) deve estar falando ao seu ouvido palavras de amor como eu falei, mas eu duvido!

Duvido que ele(ela) tenha tanto amor, e até os erros do meu português ruim...e nessa hora você vai lembrar de mim...
A noite envolvida no silêncio do seu quarto, antes de dormir você procura meu retrato, mas da moldura não sou eu quem lhe sorri, mas você vê o meu sorriso mesmo assim..

E tudo isso vai fazer você lembrar de mim...
Se alguém tocar seu corpo como eu ão diga nada. Não vá dizer meu nome sem querer à pessoa errada...
Pensando ter amor nesse momento desesperada(o) você tenta até o fim...

E até nesse momento você vai lembrar de mim...
Eu sei que esses detalhes vão sumir na longa estrada, no tempo que transforma todo amor em quase nada, mas "quase" também é mais um detalhe, um grande amor não vai morrer assim!

Por isso de vez em quando você vai...vai lembrar de mim...
Não adianta nem tentar me esquecer
...
Durante muito...Muito tempo em sua vida...Eu vou viver
Não, não adianta nem tentar me esquecer...

Não adianta!!!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

"EU ERA FELIZ E NÃO SABIA..."

Sitio Poço Dantas
Não era assim e hoje está ainda
mais diferente.

Estou aqui, nessa manhã de 13 de outubro/09, sozinha, ouvindo apenas os pásaros cantando... - que novidade, na minha rua tão barulhenta!!!
Ainda lembrando da minha fala sobre o Dia da Criança, quando lembrei como foi minha infância...dei uma "viajada" até o sitio Poço Dantas - lugar onde vivi dos 6 aos 13 anos... senti a maior saudade...
Morava num sitio que fazia divisa com o sitio do meu avô.
Da nossa casa na casa do meu avô era " um pulo". E eu ia lá todos os dias. Tinha que perguntar à minha mãe se podia. E ela sempre deixava. Era meu avô paterno. Muito amado! Faleceu não faz muito tempo, com 91 anos de idade. Homem trabalhador. Forte. Valente! Minha avó faleceu muito ante
s, com 60 e poucos anos, de derrame cerebral. Meu avô se casou novamente. Tô falando!!!Bom, mas voltando ao sitio Poço Dantas - lá onde brancava com brinquedos naturais, como falei em outra postagem, foi o tempo melhor de minha vida. Minha mãe detestou morar ali...e eu amei!
Sinto saudades da casa do meu avô: da alegria que era a casa...das festanç
as...das comidas que minha avó fazia...as tardes de domingo, quando as pessoas se reuniam pra ouvir música no rádio - só o meu avô possuia um, antes ele tinha uma vitrola enorme, que funcionava a corda...muito legal! E as pessoas iam pra dançar...Meus tios e minhas tias eram bem animados!!
Mesmo sendo criança, eu gostava de fazer minhas coisas pra ganhar dinheiro: criava galinhas,patos, cabras, ovelhas...vendia os ovos das galinhas e da patas, vendia os filhotes das cabras e das ovelhas...e ainda por cima, na época da safra de cáfé lá se ia eu com um balaio na cintura (lá era assim), apanhar café junto com as trabalhadoras do meu avô, porque eu também queria ganhar meus trocos. Após a colheita, aqueles grãos que ficavam no chão, eu ia lá catar, e ven-dia... pro meu avô mesmo! Pasmem!! Dá pra entender, por que, hoje, não consigo ser dependente de ninguém?
Eu andava por aqueles matos, aquela beira de rio (as margens), as cobras passavam pelos meus pés e eu não tinha medo nenhum (hoje tenho!)... Brincava embaixo das árvores...subia nas árvores...chupava laranja, manga, tudo colhido na hora. Lembro de uma cena, sentada no galho da laranjeira numa manhã de domingo, chupei umas 10 laranjas...nossa! não sei a quantidade, mas lembro e minha tranquilidade...nada comparável à vida das cidades!!

Lembro com saudade do canto das "guinés" (galinhas d'angola) "tô fraco, tô fraco...", os gansos que me assustavam (capaz que eu chegava na casa de minha avó quando eles estavam no terreiro!)...mel de abelha...hum!!! meu avô era criador de abelhas de uruçu, e numa determinada época do ano ele retirava o mel...que delícia! Puríssimo!!! hoje a gente compra tudo adulterado!
Hi! lavar roupa no rio, estender nas pedras pra "coarar"...não tinha água sanitária!
A casa de farinha, onde meu avô fazia farinha a semana inteira...aquele monte de gente raspando a mandioca, outros "cevando", outros peneirando, um no forno mexendo a farinha, fazendo biju...muito bom! E os carros de boi cantando (os carreiros faziam questão de dar um trato no eixo das rodas do carro, pra cantar mais bonito - você entende?) caminho afora, trazendo mais mandioca...era divertido! E eu estava sempre lá, participando. Dessas vezes não era pra ganhar dinheiro. Com certeza meu pai, que também participava, levava farinha pra casa!
Lembro do rio cheio...quando dava aquelas enchentes horrorosas, à noite, a gente ouvia o barulho das águas...
Ajudei muito o meu pai, plantando roças com ele, colhendo verduras pra levar pra Garanhuns, pra vender. As pessoas achavam que era ruim pra mim, por causa do meu tamanho, mas não era. Era um trabalho leve. Plantar não pesava. Colher algodão, também não pesava. Tudo era dentro do meu limite.
E o mais importante: meu pai não me tirou da escola pra trabalhar. Estudei direitinho. Fui pra Escola com 6 anos. Não tinha "escolinha" na roça. Tinha só a partir da 1a. série.
Enfim...fico eu aqui com minhas lembranças...legal! Saudosas lembranças...Pode parecer uma coisa muito ruim, pra muita gente dos dias de hoje. Mas pra mim, foi simplesmente um tempo muito feliz! Saudades...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

SAUDOSAS LEMBRANÇAS...



Com as comemorações do Dia da Criança, me reporto à minha infância...



Nada era igual, até mesmo porque eu morava na zona rural.
Nasci num povoado chamado Cachoeira Dantas, me criei parte de minha infância nesse mesmo povoado, no Sitio Recanto e no Sitio Poço Dantas. Isso lá em Palmeirina-PE.

Naquele tempo além da condição de moradora de "roça", meus pais não tinham muitos recursos, eu ganhava um brinquedo no final do ano, que normalmente era uma bonequinha, meu irmão ganhava um carrinho ou uma bola...Mas, confesso que tive a infância mais feliz do mundo!

Criada nos matos, beira de rio, de riacho, em meio à natureza, ouvindo barulho de água, de pássaros...eu criava meus brinquedos.. Brincava com meu irmão mais novo que eu 2 anos, com algumas crianças da vizinhaça e às vezes com meus primos que vinham de um pouco distante alguns finais de semana ou nas férias.


Era muito legal!


Brincávamos de casinha, fazíamos "panelada", inventávamos nossas figuras humanas com recursos da própria natureza...inventávamos os animais com os recursos da natureza...tudo era criado! Faziíamos balanços nas árvores, faziamos gangorras, petecas, stiling...tomávamos banho no rio, na bica, subíamos nas árvores...


Eu fazia as roupas de minhas bonecas!


Não tinha nada eletrônico!
As únicas coisas prontas que chegavam às nossas mãos era uma bonequinha, um carrinho, uma bola uma vez por ano. Mas também eram coisas símples. O resto era criação nossa!


A tecnologia chegou...
Os brinquedos de hoje tiram a criatividade da criança. Tudo pronto, tudo eletrônico...as crianças de hoje só querem saber de ficar "grudadas" em um computador...os jogos eletrônicos podem até desenvolver a memória, a agilidade...mas são coisas mecânicas, prontas. E ensinam muitas coisas negativas, também!


Não troco a vida das crianças de hoje pela vida que tive enquanto criança. Foi simplesmente maravilhosa!!! Aprendi muito!


Por isso...sinto saudades...


FELIZ DIA DA CRIANÇA pra todos nós!


E que Deus cuide de nossas crianças!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O ALCOOLISTA



Muito se discute a respeito do problema do aloolismo nos dias atuais.
Na minha experiência de mais de 10 anos convivendo com dependentes químicos, pude aprender muitas coisas. Talvez não possa ajudar nenhum dependente químico, mas com certeza posso entendê-lo um pouco.
Há pessoas que falam “fulano(a)” não quer saber de nada...não para porque não quer...
Há pessoas que, por exemplo, gostavam muito de beber e de usar outras drogas, quando estavam com vontade de “curtir”... e quando tinham dinheiro. Com o tempo, cansaram daquela vida que não lhe dava nada, ao contrário só tirava e causava problemas familiares, tomou consicência, e mudou. Mudou de ambiente, de amigos...não mais ingeriu o primeiro gole, consequentemente não usou outras drogas que costumava usar. Começou frequentar outros lugares e fez novas amizades. Com o apoio da família... beleza! Conseguiu! E com isso, e por desconhecimento do que é uma DEPENDÊNCIA, não entende as outras pessoas e só as critica, por elas não serem iguais a ele(a) e não conseguirem o que ele(ela) conseguiu.

Ele(a) era apenas um(a) usuário(a) recreativo(a). Usava pra relaxar, pra descontrair, pra se divertir.
E é diferente!
O corpo do alcoolista, quando metaboliza o álcool, funciona de modo diferente se comparado ao dos não alcoolistas. Essa diferença faz com que o alcoolista sinta nos efeitos do álcool um prazer muito maior que os não alcoolistas.
Alguns conceitos e considerações:
Organização Mundial de Saúde reconhece as dependências químicas como doenças. Uma doença é uma alteração da estrutura e funcionamento normal da pessoa, que lhe seja prejudicial. Por definição, como o diabete ou a pressão alta, a doença da dependência não é culpa do dependente; o paciente somente pode ser responsabilizado por não querer o tratamento, se for o caso. Exatamente da mesma maneira que poderíamos cobrar o diabético ou o cardíaco de não querer tomar os medicamentos prescritos ou seguir a dieta necessária. Dependência química não é simplesmente "falta de vergonha na cara" ou um problema moral.
A dependência química é uma doença e considerada um Transtorno Mental. Os dependentes químicos são vistos como pessoas fracas, de pouca força de vontade, sem bom senso e sem sabedoria. Porém, quando consideramos como uma doença, podemos olhar sob outra perspectiva: de que se trata de um transtorno em que o portador desse distúrbio perde o controle do uso da substância, e sua vida psíquica, emocional, espiritual, física vão deteriorando gravemente. Nessa situação, a maioria das pessoas precisa de tratamento e de ajuda competente e adequada.
A dependência se caracteriza por o indivíduo sentir que a droga é tão necessária (ou mais!) em sua vida quanto alimento, água, repouso, segurança... quando não o é!
"QUÍMICA " se refere ao fato de que o que provoca a dependência é uma substância química. O álcool, embora a maioria das pessoas o separem das drogas ilegais, é uma droga tão ou mais poderosa em causar dependência em pessoas predispostas quanto qualquer outra droga, ilegal ou não.
O alcoolismo não difere psicologicamente da dependência de outras drogas. Assim, tanto as fases como o desenvolvimento emocional do dependente e a recuperação são idênticas, não importando qual a droga de escolha, seja ela o álcool, cocaína, crack, maconha ou qualquer outra droga alteradora de humor.
O que nos ajuda a detectar o alcoolismo é a perda da liberdade para o ato de beber. O indivíduo começa com a intenção de 2 ou 3 "doses"e depois não consegue se controla.

Portanto...Procure conhecer o que se passa com o alcoolista e com o dependente e outras drogas, antes de critica-lo.
Incentive-o a se tratar. Pois é uma doença tratável!

Apesar de nunca mais poder usar álcool ou outras drogas de maneira "social" ou "recreativa", da mesma maneira que um diabético nunca vai poder comer açúcar em quantidade, o dependente, se aceitar e realmente se engajar no tratamento, pode viver muito bem sem a droga e sem as conseqüências da dependência ativa. É importante notar que qualquer avanço em termos de recuperação depende de um real e sincero desejo do paciente: ninguém "trata" o dependente se ele não quiser se tratar!

SERÃO "LESBICAS! MESMO?!

CONSIDERAÇÕES A PARTIR DE UMA VIVÊNCIA EM CASA DE RECUPERAÇÃO FEMININA...
O Dependente Químico vive em busca de prazer. É uma busca constante, de prazer. Ele substitui uma droga por outra até chegar, muitas vezes, ao “fundo do poço”, porque a insatisfação é grande e ele quer algo que lhe satisfaça.
Nas Comunidades Terapêuticas acontece, na maioria das vezes, nesa busca de satisfação, aquela compulsão que la fora existia pela droga de sua preferência, agora é por comida. Comem “montanhas” de alimentos a cada refeição, é necessário que alguém o esteja controlando senão não para mais de comer.
Outros, se atiram ao trabalho, querem estar a toda hora ocupados, porque algo lhe falta, e querem preencher. Na falta de opção, dedicam-se ao máximo ao trabalho, estão sempre à procura de alguma coisa pra fazer.
Alguns, sentem prazer em dormir. Se deixar...dormem o dia inteiro. É o seu prazer!!

Hum! No universo feminino acabam acontecendo algumas coisas a mais. A mulher, por natureza, tem liberdade de tocar uma á outra. É comum os abraços, beijinhos no rosto...quando há empatia, o grau de amizade se eleva rapidamente, se tornam confidentes, e o prazer é estar perto uma da outra. E essa amizade acaba sendo visto com naturalidade, e até elas mesmas, no começo nem percebem que estão juntas demais. A relação vai se estreitando, e a partir do toque, do olhar... da insatisgação da vida...da busca de prazer...começam perceber que o toque uma da outra gera prazer diferente. E passam a buscar cada vez mais estarem sempre perto em todas a ocasiões, e até à noite uma passa para a cama da outra...quando se dão conta uma relação sexual foi estabelecida.
Independente do olhar de censura, por motivos regiosos, morais, etc., temos que ver essa causa com carinho, porque pode tornar-se um problema social.
Por que um problema social?
Respeitar a opção de cada um é o que temos de fazer. Mas, aqui há outro fator a ser estudado e solucionado: a opção por falta de opção!
Muitas delas têm sua primeira experiência numa Comunidade Terapêutica, onde foram pra se tratar de uma serie de problemas que as levaram ao alcoolimo e às drogas ilícitas.
Muitas dessas mulheres são casadas, têm filhos pequenos. uma família constituída. Ela não optou viver com outa mulher “maritalmente”. Ela apenas estava em busca de prazer e encontrou na companheira o prazer, inclusive pra ajudá-la a vencer as dores, as angústias que sentem todos os residentes de uma Comunidade Terapêutica.
Agora ela pode ter mais um problema porque, tanto ela pode se apegar de fato, a essa outra mulher que também é casada, mãe de filhos, e também tem uma família constituída, e que foi vítima da mesma circunstância que ela. Ela pode ter seu casamento abalado, que era, aparentemente, estável; pode ter sua vida familiar ameaçada...Ela pode vir a ter inúmeros problemas emocionais e sociais, e só perceber mais tarde, que não era nada disso que ela queria , que ela estava apenas em busca de prazer, de satisação, de se sentir bem, e que tudo aquilo foi um grande equívoco.
Outo problema que ocorre é o prejuízo à própria recuperação das 2 mulheres envolvidas; de uma 3a., que muitas vezes ocorrem cenas de ciúmes. Às vezes está na Casa uma homossexual assumida e pode causar problemas com aquela que era sua preferida.
E por parte das demais ococrre: inconformismo, porque não aceitam esse tipo de situação; fofocas, “disse-que-disse”.
Consequentemente, acaba afetando a Casa toda, principalmente porque as Comunidades Terapeutica femininas trabalham com poucas mulheres, e fica fácil de ser descoberto problema desse tipo.

Por que essa “tese”? As Comunidades Terapêuticas devem ficar atentas para a questão da programação da Casa. “Mente desocupada é oficina do diabo”, não é assim o dito popular? Então, as residentes devem ter seu tempo preenchido com atividades úteis e prazerosas, de lazer, recreação, esporte, atividades físicas, dinâmicas, reflexões, auto-ajuda, acompanhamento picológico e se necesário psiquiátrico, social, enfim, uma programação dinâmica.
A alimentação precisa ser adequada. Não sou nutricionista, não entendo de aliamentos, mas há alimentos que são afrodisíacos e devem ser evitados ou consumidos em poucas quantidades e com pouca frequência. As atividades espirituais precisam ser sábias, dirigidas, aplicadas à problemática da mulher dependente química, e não uma atividade geral que não passe nada especial que a mulher em recuperação precisa ouvir.
Deve haver ótimo entrosamente entre a equipe técnica para detectarem problemas e buscarem minimizá-los, se não for possível resolvê-los.
Elas podem não ser, mas poderão vir a ser!! Preconceito? Não! Prevenção de outros problemas onde já existem vários.
Se pudermos ajudar, vamos ajudar. Se não pudermos, não vamos, também, piorar as coisas!