quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O ALCOOLISTA



Muito se discute a respeito do problema do aloolismo nos dias atuais.
Na minha experiência de mais de 10 anos convivendo com dependentes químicos, pude aprender muitas coisas. Talvez não possa ajudar nenhum dependente químico, mas com certeza posso entendê-lo um pouco.
Há pessoas que falam “fulano(a)” não quer saber de nada...não para porque não quer...
Há pessoas que, por exemplo, gostavam muito de beber e de usar outras drogas, quando estavam com vontade de “curtir”... e quando tinham dinheiro. Com o tempo, cansaram daquela vida que não lhe dava nada, ao contrário só tirava e causava problemas familiares, tomou consicência, e mudou. Mudou de ambiente, de amigos...não mais ingeriu o primeiro gole, consequentemente não usou outras drogas que costumava usar. Começou frequentar outros lugares e fez novas amizades. Com o apoio da família... beleza! Conseguiu! E com isso, e por desconhecimento do que é uma DEPENDÊNCIA, não entende as outras pessoas e só as critica, por elas não serem iguais a ele(a) e não conseguirem o que ele(ela) conseguiu.

Ele(a) era apenas um(a) usuário(a) recreativo(a). Usava pra relaxar, pra descontrair, pra se divertir.
E é diferente!
O corpo do alcoolista, quando metaboliza o álcool, funciona de modo diferente se comparado ao dos não alcoolistas. Essa diferença faz com que o alcoolista sinta nos efeitos do álcool um prazer muito maior que os não alcoolistas.
Alguns conceitos e considerações:
Organização Mundial de Saúde reconhece as dependências químicas como doenças. Uma doença é uma alteração da estrutura e funcionamento normal da pessoa, que lhe seja prejudicial. Por definição, como o diabete ou a pressão alta, a doença da dependência não é culpa do dependente; o paciente somente pode ser responsabilizado por não querer o tratamento, se for o caso. Exatamente da mesma maneira que poderíamos cobrar o diabético ou o cardíaco de não querer tomar os medicamentos prescritos ou seguir a dieta necessária. Dependência química não é simplesmente "falta de vergonha na cara" ou um problema moral.
A dependência química é uma doença e considerada um Transtorno Mental. Os dependentes químicos são vistos como pessoas fracas, de pouca força de vontade, sem bom senso e sem sabedoria. Porém, quando consideramos como uma doença, podemos olhar sob outra perspectiva: de que se trata de um transtorno em que o portador desse distúrbio perde o controle do uso da substância, e sua vida psíquica, emocional, espiritual, física vão deteriorando gravemente. Nessa situação, a maioria das pessoas precisa de tratamento e de ajuda competente e adequada.
A dependência se caracteriza por o indivíduo sentir que a droga é tão necessária (ou mais!) em sua vida quanto alimento, água, repouso, segurança... quando não o é!
"QUÍMICA " se refere ao fato de que o que provoca a dependência é uma substância química. O álcool, embora a maioria das pessoas o separem das drogas ilegais, é uma droga tão ou mais poderosa em causar dependência em pessoas predispostas quanto qualquer outra droga, ilegal ou não.
O alcoolismo não difere psicologicamente da dependência de outras drogas. Assim, tanto as fases como o desenvolvimento emocional do dependente e a recuperação são idênticas, não importando qual a droga de escolha, seja ela o álcool, cocaína, crack, maconha ou qualquer outra droga alteradora de humor.
O que nos ajuda a detectar o alcoolismo é a perda da liberdade para o ato de beber. O indivíduo começa com a intenção de 2 ou 3 "doses"e depois não consegue se controla.

Portanto...Procure conhecer o que se passa com o alcoolista e com o dependente e outras drogas, antes de critica-lo.
Incentive-o a se tratar. Pois é uma doença tratável!

Apesar de nunca mais poder usar álcool ou outras drogas de maneira "social" ou "recreativa", da mesma maneira que um diabético nunca vai poder comer açúcar em quantidade, o dependente, se aceitar e realmente se engajar no tratamento, pode viver muito bem sem a droga e sem as conseqüências da dependência ativa. É importante notar que qualquer avanço em termos de recuperação depende de um real e sincero desejo do paciente: ninguém "trata" o dependente se ele não quiser se tratar!

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